segunda-feira, 23 de maio de 2011

Continuação das lembranças de Elza, em texto de Elsi.

"... Um dia receberam a visita do tio Paolo que, como irmão mais velho de seu pai, tinha grande

autoridade na família.

"Dona" Rosinha pediu a colaboração da filha mais velha para o preparo do macarrão. Elza, apesar dos

quatorze anos, pouco entendia de cozinha; lavou o macarrão antes de cozinhá-lo, o que resultou num

grande "pito" de sua mãe; o tio presenciou a cena, e falou: - Elza vai comigo para União da Vitória. Já

é uma moça e precisa aprender a fazer crochê, tricô e bordado. Ninguém contestou.

Outra etapa começava para ela...

Com o tecido que ganhara do "namorado"( Há uma foto da adolescente ao lado de seus amigos e de Euclides- mais tarde vou postá-.la)

Ao chegar na casa dos tios, ficou deslumbrada com as cortinas da casa e com o dossel da cama do

casal.

Tudo era novo para ela, acostumada com a simplicidade da casa em que morava com seus pais e

irmãos; casa igualmente bem diferente daquela de barro que vira o Sr. Ramón construir em Rio

Uruguai, e que na ocasião lhe parecera tão interessante e singela.

Deu-se muito bem com a prima Julieta, e com as primas e primos ia dançar nos Clubes Apolo(no

Paraná), e Sete de Setembro( em  Porto União, Santa Catarina).

Elza já havia iniciado o aprendizado da dança em Rio Uruguai, pois a mãe  gostava de ir com os filhos

em bailinhos que aconteciam em casas de amigos, nas redondezas. E o pai lhe ensinara os primeiros

passos dos ritmos da época.


Aos quinze anos, era uma adolescente bonita e, naturalmente, o atraiu a atenção dos moços. Um deles,

O.U., quis namorá-la e pareceu, para o tio, um bom partido.Tanto, que acabou ficando noiva, contra

 sua vontade.

Não gostava do rapaz, e era uma menina, sem grandes compromissos com a vida. Quando foi o

noivado, sua tia punha-lhe um laço de fita nos cabelos, ela o tirava; isto muitas vezes, até a tia dizer que ia chamar o patriarca.

Quando O. quis beijá-la, não só recusou, como reagiu empurrando- com força; uma coroa da boca do jovem se soltou, saindo sangue.

Por sorte, o tio achou que ela tinha razão. E o noivado se desfez...

Para humilhação do pretendente, saiu no jornal da terra: "Elza é boa de boxe..."


Julieta casou-se com Antonio Callado, um jornalista de Florianópolis, e quis que a prima  fosse junto

 em sua viagem de lua-de-mel para essa cidade, após o casamento!

Todos enjoaram no vapor, menos Elza. Um rapaz que também viajava, disse-lhe: -A Srta. vai afundar o navio...

 Pois, nessa fase, ela era  rechonchuda...

Ficaram na casa da mãe de Callado, e ao verem inúmeros pássaros num viveiro, Elza, que não

suportava vê-los aprisionados, disse para a prima que os soltassem; e assim fizeram...

Então, adeus, adeus ,passarinhos...

 Elvira, a prima mais velha, falou para Elza sobre a possibilidade de um emprego como professora, e se

prontificou a acompanhá-la à Escola.

Elza sempre se referiu à Elvira, e à Júlia Catapreta, como as duas pessoas que a encaminharam para a

profissão.

Em 1929, com 20  anos, iniciou sua vida profissional no Grupo Escolar Prof. Serapião, lembrando-se

com carinho da Diretora, Amazília, e das muitas amigas que fizera lá, entre as quais Hilda, Maria José

Franque(Zeca), Cotinha.

Não  fizera curso específico, mas desde logo demonstrou  vocação para o magistério.Adorava

alfabetizar  e lecionar para os pequenos do Jardim da Infância...



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