sexta-feira, 2 de julho de 2010

Outras lembranças de Elza.

.... Morávamos perto da linha do trem.


Fiquei com sarampo, e na época era costume que a pessoa com tal doença
ficasse num quarto escuro; foi o que aconteceu comigo.Mas quando havia sol,
uma réstea dele, no teto, mostrava-me as sombras dos que passavam lá fora-
pessoas, cachorros, trens...
Eu tinha uma moeda grande e pedi para meu irmão Nêne ir comprar: bananas!
As quais comi com grande prazer, sem me importar se fariam bem ou não,
naquela situação.

Outra vez, uma menina vizinha pediu que mamãe me deixasse ir com ela à
matinê; então fomos, e como acabou muito tarde o filme(do qual até hoje
lembro o nome:"O Homem de Aço") voltava , distraída,e quando cheguei vi
minha avó rezando, minha mãe também; meu pai deu-me um tapa tão forte, que
caí sentada. Estavam preocupados com minha demora.
...Também não me lembro que ele tivesse batido em mim, a não ser naquela
ocasião.

Era um homem de bom coração e com muito senso de humor.
Quando eu corria atrás dos passarinhos, querendo alcançar um deles , me
dizia: sua boba, você precisa, para pegar um deles, colocar uma pedrinha de
sal em seu rabinho... eu pensava, mas como vou conseguir pôr essa pedrinha
no rabo do bichinho?...

... Para finalizar minha vida nessa cidade, meu pai chegou num certo dia
dizendo para para nós que havia sido removido para Rio Uruguai, na divisa
com o Rio Grande do Sul, sendo esta a última estação de Santa Catarina.
Minha mãe não gostou nada dessa história, e disse que não ia morar em mato
nenhum. Ele retrucou: -Sua boba, lá tem até avião...E assim, a mesma aceitou..."
Mais tarde tentarei contar o encantamento desse lugar nas lembranças de
Elza, o nunca esquecido rio de sua infância e início da adolescência...

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